Pâmela Queres Bezerra e Jakson dos Santos Ribeiro

 

GÊNERO E MASCULINIDADES NA SALA DE AULA:  O ENSINO DE HISTÓRIA  ATRAVÉS DAS PERFORMANCES DOS HOMENS PÚBLICOS NO MARANHÃO REPUBLICANO

 

Pâmela Queres Bezerra

Jakson dos Santos Ribeiro

 

O presente artigo busca analisar e discutir a pesquisa intitulada: “Intelectuais, Políticos e Médicos e o conceito de masculinidade ideal: performances dos homens públicos no Maranhão moderno e republicano” que delineia os aspectos reproduzidos no contexto social que se ajustava entre 1890 a 1940 no Maranhão elucidado através de narrativas que, em termos de gênero, regiam-se da compreensão estética de um papel social definido ao homem. Presume-se, que além se tratar de uma consolidação de atributos da sua hierarquia normatizada, sua condição social enquanto sujeito público identifica-se como um propulsor para a percepção do ideal de masculinidade desse contexto.

 

A análise tem como base os discursos constituídos nos jornais maranhenses disponibilizados pela Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional recortando o fim da Primeira República e perpetrando ao período moderno. Para serem analisados, os dados foram dispostos em uma tabela de revisão bibliográfica com a identificação do sujeito, o trecho de seu discurso e o jornal responsável. Em sua composição há os relatos, as afirmações, as propagandas e as declarações manifestadas por esses sujeitos nos jornais: Pacotilha e Jornal de Caxias.

 

Logo, para que se estabeleça um diálogo com os fatos, faz-se necessário destacar as abordagens teóricas que sustentam a estrutura desse estudo. Nesse quesito, foi selecionado primeiramente as discussões de Roger Chartier (2002) em encontro com as perspectivas de Tomaz Tadeu da Silva (2000); Pedro Paulo de Oliveira (2004); Maria Beatriz Nader (2002); Ana Luiza Martins (2012) e Elisabeth Sousa Abrantes (2013). Através de cada discussão, pretende-se construir um panorama da história social desses indivíduos e do ambiente que estes interagiam.

 

Através dos desígnios da História Social ao pensar a história das mentalidades, as práticas culturais manifestam-se como representações construídas pelo corpo social para que se tenha noção do real, onde o modo de classificar algo, dividir ou delimitar o seu espaço funcionam como categorias fundamentais para que ele tenha sentido. A representação nesse sentido, irá estabelecer um sistema de ideias ou uma percepção que será uma categoria mental e coletiva para a organização social.

 

(SILVA, 2000) atesta que o processo de classificação é central no meio social e que ele se condiciona ao ato de significação ao exprimirmos a divisão do mundo social em classes ou grupos, assim, ao conceituar a classificação como forma de significar algo, o autor destaca a identidade como parte disso. Nessa ideia, a identidade está relacionada como um desígnio das relações sociais, um significado cultural e socialmente atribuído conforme aponta. Ademais, “a teoria cultural recente expressa essa mesma ideia por meio do conceito de representação.” (SILVA, 2000, p. 89)

 

Nessa conjuntura, ao passo que se classifica algo, ou seja, dar-se um significado, possibilita também que seja atribuído diferentes valores aos grupos assim classificados, onde deter o privilégio de categorizá-los, detém também a capacidade de hieraquizá-los. Concomitantemente, as relações de identidade em sua oposição binária – masculino/feminino, levá-nos a introduzir uma análise acerca da identidade dada como privilegiada de hierarquização, em outras palavras, destaca-se aqui a discussão sobre a normalização da hierarquia dada ao gênero masculino.

 

Qualifica-se a hierarquia como uma condição dada ao gênero masculino enquanto este integrante do ambiente social, ela parte de preceitos no que diz respeito a um caráter sancionado a ambos gêneros, diante disso, com base nos argumentos de (OLIVEIRA, 2004) é possível traçar o caminho para melhor constatação dessa ideia, com base no seu estudo, o autor faz percursos pela construção social da identidade masculina e a constata como “[...] um lugar simbólico de sentido estruturante nos processos de subjetivação [...] que aponta para uma ordem de comportamentos socialmente sancionados.”(OLIVEIRA, 2004, p. 86). Assim, tal prática visa fazer reconhecer uma identidade social, exibindo uma maneira própria de estar no mundo, simbolicamente apresenta um estatuto, uma posição.

 

Para (CHARTIER, 2002) não é diferente, pelo contrário, sua abordagem pode ser compreendida como um complemento que permite esclarecer as abordagens de (OLIVEIRA, 2004), segundo ele:

 

“[...] exige, antes de mais, considerar os esquemas geradores das classificações e das percepções, próprios de cada grupo ou meio, como verdadeiras instigados sociais, incorporando sob a forma de categorias mentais e de representações coletivas as demarcações da própria organização social: “As primeiras categorias lógicas foram categorias sociais; as primeiras classes de coisas foram classes de homens em que essas coisas foram integradas". O que leva seguidamente a considerar estas representações como as matrizes de discursos e de práticas diferenciadas [...]” (CHARTIER, 2002, p. 18)

 

Infere destacar a esse condicionamento distinto, a masculinidade, um perfil que ao ser empregado ao homem, o define como tal, tratando-se de um ideal que parte de pressupostos do esquemas geradores de comportamentos sociais, no que vale ressaltar, as instituições sociais, como as percussoras para esse processo de subjetivação. (NADER, 2002) através de suas discussões exemplifica isso:

 

“[...] após o nascimento, o ambiente familiar, primeiro grupo social do indivíduo, irá reproduzir na criança os interesses culturais do meio onde habita e reforçar as diferenças biológicas, transformando-as em características psicológicas que vão influenciar o indivíduo por toda a vida. [...]”  (NADER, 2002, p. 465)

 

A autora ressalta ainda, que o indivíduo em seu desenvolvimento irá imitar os comportamentos dos adultos, adquirir seus valores e daí iniciar o domínio de padrões de comportamento que deverá assumir quando estiver adulta. Esse caráter quando consolidado expressa a padronização de atitudes que se espera, pois estiveram postas a esses gêneros:

 

“[...] espera-se do homem uma postura viril, calculista, corajosa, da mesma forma que se espera que seja bem-sucedido na vida pública; da mulher espera-se justamente o contrário; mesmo que ela trabalhe fora do âmbito doméstico, seja independente financeiramente, tenha um nível de escolaridade elevado, deve ter uma postura dócil, ser receptiva e ter reações emotivas.” (NADER, 2002, p. 471).

 

As posturas elencadas já eram expressas nos aspectos da educação maranhense do século XIX apontadas na obra de (ABRANTES, 2013) que ilustrando as características da educação/instrução dada ao sexo feminino, frisa também as particularidades desta que se pretendia formar no sexo masculino:

 

“[...] o retrato masculino, representando também os de elevada condição social, enfatizava a educação escolar, um gosto diferenciado de leitura, a busca de uma ocupação, de preferência um emprego público, destacando o objetivo maior de entrar na carreira política, com todas as suas artimanhas e sutilezas e também com todas os seus privilégios. Esse papel atribuído aos homens da elite era social e culturalmente construído, sendo reproduzido por meio da educação formal e informal a fim de garantir a continuidade do poder patriarcal dessa sociedade.” (ABRANTES, 2013, p. 74)

 

Ademais, “[...] a mulher devia ser somente educada, “para formar o coração mais que tudo”, enquanto o homem precisava da educação e da instrução, ou seja, tanto da formação moral como da intelectual.”  (ABRANTES, 2013, p. 95)

 

Isso implica constatar, que os contrastes estabelecidos reproduzem uma diferenciação hierárquica nesses indivíduos e a identidade masculina é a que toma posse dos privilégios, visto que os aspectos atribuídos possibilitam a sua ascensão,  a sua visibilidade e a posse de aspirações pessoais que legitimam seus papéis. Tais aspectos podem ser reproduzidos por meio de mecanismos de discursos, no que se refere a imprensa, especificamente a maranhense de (1890 - 1940), um palco para discursos e narrativas das principais posições sociais admitidas pelos homens políticos, médicos e intelectuais desse período.

 

A princípio, Primeira República, segundo (MARTINS, 2012) trouxe “[...] uma imprensa que se diversificava. A política mantinha seu espaço, mas o crescimento urbano propiciava o ímpeto de se reportar a novos focos de notícia [...]”.  Nesse viés, a imprensa se ajustava aos modelos de uma sociedade “rumo ao progresso” seguindo os pressupostos de uma cultura voltada a “Belle Époque”. Consoante a essa perspectiva, a autora cita adiante que “[...] os anúncios iriam atender e estimular o consumo da classe média emergente e da elite, dispostas a folhear as páginas dos periódicos, ávidas por novos produtos trazidos pela industrialização e a urbanização.”  (MARTINS, 2012, p. 57) Além do mais, a imprensa  “[...] é marcada pela valorização dos “interesses materiais”, ou seja, a defesa de um progresso socialmente conservador…” (MARTINS, 2012, p. 29)

 

Ao apontar os rumos tomados pela imprensa, a autora os descreve  como profícuos, capazes de se tornarem fatores que contribuam para a formação de um ambiente dinamizado de narrativas, no que se destaca as dos homens públicos. Embora esta se inclinasse a uma diversificação de discursos era destinada apenas a classe letrada pois não se compactuava para [...] uma população com alto índice de analfabetismo [...] (MARTINS, 2012). Assim sendo, é certo concluir que estes homens detinham de posições emergentes e os jornais eram o veículo para suas emancipações:

 

“Foram tempos de expansão da grande imprensa, com impressos de vários matizes políticos, muitos de expressão reivindicatória, periodicidade variada, segmentação enriquecida e pluralidade temática, sobretudo nos cenários urbanos que se modernizavam.” (MARTINS, 2012, p. 57)

 

Como resultado dessa discussão seguem os discursos sedimentados em alguns jornais maranhenses que contornavam a imagem desses homens, discursos esses, condicionados pela perspectiva da conjuntura social ligada aos “valores comportamentais” já mencionados anteriormente e que reproduzidos, retificam a sua ascensão, principalmente quando se trata de notícias predominantemente constituídas por um público masculino dentro de um corpo social que lhe garante tal escopo.

 

As Performances dos Papéis

 

Político

 

Para esse grupo utilizou-se as palavras-chaves “políticos” e “homem público” as quais obtiveram resultados que foram suficientes para responder essa discussão. Tratam-se de discursos pessoais e interpessoais.

 

No jornal “Pacotilha”, Henrique Alves de Carvalho apresenta-se como um candidato a Deputado do Estado do Maranhão, nesse jornal usa um discurso apresentando suas condutas e prometendo um bom proceder no cargo que aspira, como uma autoafirmação de suas qualidades pessoais, uma espécie de rótulo para que o seu perfil simpatize com o público na busca do pleito que quer alcançar. Por isso, ressalta:

 

“As leis de organização serão acompanhadas por mim, na sua discussão, com maior cuidado, e empenharme-ei em fazer valer os direitos do Maranhão toda vez que estejão elles em jogo na Câmara dos Deputados ramo do corpo legislativo onde desejo representar o meu Estado. A ausência da terra natal não me fez arrefecer os estranhável amor que por ella sempre tive, e é agora chegado o momento de provar-lhe a minha dedicação, se for attendido por meus conterraneos no pedido, que por esta faço, de suffragarem o meu no pleito de 15 de setembro…” (sic) (PACOTILHA, edição 249, 1890)

 

Henrique sustenta, obviamente, uma imagem arquetípica de sujeitos políticos que buscam satisfazer o público para atingir um propósito. Mas, seu discurso apresentado obedece os parâmetros destacados por Nader (2002) sobre o meio social buscar um homem de postura viril, calculista e até mesmo corajosa, do mesmo modo que ele seja bem-sucedido na vida pública. O candidato (uma figura masculina) difunde o imaginário do “bom político” personanificando valores que são  encaixes que ele tem ciência de serem relevantes ao público. Além disso, sua posse de conhecimentos prévios sobre a legislação se faz pressupor que ele tenha recebido uma educação formal que tivera proveito enquanto homem.

 

Em uma publicação exibida pelo mesmo jornal estima um senhor por nome José Antonio Saraiva, segundo a publicação, o personagem se trata de uma personalidade pública e por esse motivo, é indispensável de que lhe seja dado honrrosa menção:

 

“Dos vultos politicos do Brazil que em maior evidencia se acharam durante o regimen decahido, nenhum, nos ultimos tempos, gozou de mais respeitabilidade do que o conselheiro José Antonio Saraiva. O seu caracter franco e leal, a independencia, a sinceridade com que se exprimia acerca dos homens e dos factos, collocaram-o por vezes na situação singular de ser o inevitavel espirito para que se appellava em emergencias criticas, e de quem se aguardava a palavra prudente para a solução do caso. Dotado de sincero patriotismo, e possuindo longa experiencia de negocios publicos, o seu conselho era sempre solicitado, quando agitavam-se as mais importantes questões; e, assim, essas repetidas provas de confiança por elle recebidas, crearam em torno de seu nome, uma legenda, habituando-se o povo a ver na sua personalidade politica, não mais um chefe de partido, porém a caracterisação exacta, completa, do civismo, da probidade, do desinteresse, da sensatez e da circumspecção.” (sic) (PACOTILHA, Edição 289, 1890)

 

Graças ao caráter ideal de José Antônio Saraiva, é possível exemplificar vastas características que compreendem o valor de um homem público. O conselheiro é estimado de maneira que é tomado como referência aos demais, pois é farto de virtudes e sua figura compreende a aquilo que é aceito, posto como correto, já que “...seu caráter franco e leal…” (PACOTILHA, 1890) era expresso em sua conduta e também no compartilhar de seus pensamentos críticos,  o que infere dizer que Saraiva detinha de um intelecto que seguia as instruções que eram exclusivamente destinadas aos homens maranhenses do século XIX já destacado por (ABRANTES, 2013).

 

Em sequência, Saraiva não é apenas conhecido pelas qualidades pessoais, é também, “Dotado de sincero patriotismo…” (PACOTILHA, 1890), essa característica atribuída ao seu perfil, além de estar em consonância com a cultura patriarcal da sociedade maranhense é parte do projeto civilizador da imprensa, perceptível “[...] na centralização do poder e no figurino dos governantes, cujas imagens em pose patriarcal traduziam o cultivo aristocrático e a permanência dos valores de uma pretendida sociedade de Corte.”(MARTINS, 2012, p. 54). É indubitável que o Conselheiro fosse uma referência para todos.

 

Médico

 

Nessa condição de vida pública, distinguem-se também os homens médicos, outro grupo participante dos discursos dos jornais, que ora estavam em propagandas de negócios hospitalares ora em relatos de seus pacientes, condicionando novamente a um tipo de desenvoltura que os impressos (neste caso os caxienses) dialogavam com o público. Na obtenção dos dados do jornal acerca desses papéis foram utilizados os termos “médico” e “doutor” para o mapeamento dos dados atribuídos a esses profissionais.

 

A publicidade sublinhava os perfis médicos como proveito de adquirir uma boa avaliação de seu produto. Em uma publicação do Jornal de Caxias se encontrava o anúncio sobre o fármaco "Emulsão de Scott”, uma espécie de suplemento de vitaminas que se apresentara como bem recomendado pela comunidade médica desse período, algo que lhe traria qualidade. Em suma, o produto era apresentado através de uma declaração do “proeminente” Dr Euphrasio Cunha como é apresentado logo em seguida:

 

“Attesto que tendo feito uso em minha clinica do magnifico preparado denominado "Emulsão de Scott" dos Sñrs. Scott & Bowne, chimicos em New York sempre obtive optimos resultados em todos os casos de fraqueza produsida pelas molestias do apparelho respiratorio, ou causada por molestias longas cujas convalescenças são demoradas. É de prodigioso effeito na athrepsia das creanças. O Inspector de Hygiene, DR. EUPHRASIO CUNHA. As palavras d'este illustrado facultativo são a repercutição fiel das opiniões expressas pelos medicos mais proeminentes do mundo inteiro [...]” (sic) (JORNAL DE CAXIAS, edição 128, 1898)

 

Ao observar o Dr Euphrasio podemos perceber que ele se trata de um modelo de homem da elite maranhense em seu ambiente social, onde este obteve uma educação formal que lhe tinha direito o que consequentemente levou a sua carreira como médico, já que era uma ocupação do retrato masculino conforme propõe (ABRANTES, 2013). Para além do privilégio do Sr Euphrasio, há algo importante a destacar: A publicidade de um produto necessitou do seu discurso para receber uma credibilidade dos consumidores. Percebe-se, que cargos como o de Euphrasio carregam sobre si uma influência, cargo que lhe foi exclusivo enquanto homem e que o elevou hierarquicamente.

 

O papel médico nesse sentido é influente, é algo particular e tal característica notada em um anúncio de jornal não o difere de um perfil de homem público, pelo contrário, o coloca em diálogo com outras figuras como por exemplo, as políticas. Em um relato divulgado no mesmo jornal, é descrito o elogios de um paciente, o então Marechal Deodoro da Fonseca em agradecimento aos médicos o Sr Dr barão de Pedro Affonso e seus auxiliares pela sua recuperação:

 

“Apresentando os nossos cumprimentos à família do ilustre doente, ao Sr. Dr. barão de Pedro Affonso, seu emerito cirurgião, e aos seus auxiliares. não podemos calar entre estes os nomes dos distinctos profissionaes Srs. Drs. Rocha Faria e Barbosa Romeu, que tanto contribuiram para o resultado que applaudimos pela sua illustração e tino clínico, assim como tambem o Sr. Dr. Barata Ribeiro, que tanto se dedicou ao doente. O Sr. Dr. barão de Pedro Affonso despediu-se de S. Ex., que não precisa mais dos seus serviços. O Sr. presidente agradeceu calorosamente ao illustre cirurgião e aos seus auxiliares o trabalho e dedicação com que o livraram de mal tão terrivel.” (sic) (JORNAL DE CAXIAS, edição 63, 1897)

 

O Dr Pedro Affonso dentre os outros clínicos é reafirmado pelo Presidente da República Marechal Deodoro da Fonseca, o médico é concedido pelos adjetivos: “emerito” e “ilustre” devido os trabalhos realizados. Pondera, que as posições: Deodoro da Fonseca e Pedro Affonso interagindo em um jornal consiste em um palco de discursos e narrativas das principais posições sociais admitidas pelos homens, construindo um o cenário de suas imagens, uma representação de perfis.

 

Considerações finais

 

Dada a ilustração dos fatos e os discursos, é possível compreender a forma como se comportavam e os matizes que esses dois grupos puderam atingir, reveladas a partir de desenvolturas que funcionam como identificadores de seu caráter, levando-nos a compreender o tipo de perfil em que estes homens públicos estavam condicionados.

 

Com base nesse apanhado, faz-se discutir como essas questões se apresentavam há algumas décadas não tão distantes da história maranhense permitindo-nos compreender as relações políticas entre aqueles homens públicos (médicos e políticos), marcadas por mútua afirmação de suas posições sociais e reafirmação de seus poderes, como aspectos que mostravam o reflexo de uma sociedade patriarcal e dominada quase que exclusivamente por aqueles sujeitos.

 

Os debates dentro do ensino de História ajudam-nos a entender as relações de mesmo âmbito (político) à luz do tempo presente, e ainda contribui ao se propor enveredar por caminhos ainda abertos dentro dos debates de gênero ao passo que nos aproximamos do período republicano.

 

Referências biográficas

 

Pâmela Queres Bezerra, estudante do curso de Licenciatura em História da Universidade Estadual do Maranhão e bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - PIBIC/UEMA.

 

Jakson dos Santos Ribeiro, professor da Universidade Estadual do Maranhão. Professor Adjunto II da Universidade Estadual do Maranhão (CESC/UEMA), Doutor em História Social da Amazônia (UFPA). Docente do Professor do Programa de Pós- Graduação em História MESTRADO E DOUTORADO PROFISSIONAL(PPGHIST), na Universidade Estadual do Maranhão.  ORCIiD:https://orcid.org/0000-0002-7064-2848Lattes:http://lattes.cnpq.br/3062810657432335.

E-mail: noskcajzaionnel@gmail.com.

 

 

Referências bibliográficas

 

ABRANTES, Elizabeth Sousa. A educação do “Bello Sexo” em São Luís na segunda metade do século XIX. São Luís: UEMA, 2013. p. 69 – 89.

 

CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Portugal. Difel: 2002.

 

MARTINS, Ana Luíza; LUCA, Tânia Regina de (Org.). História da Imprensa no Brasil. São Paulo: Contexto, 2008.

 

NADER, Maria Beatriz. A condição masculina na sociedade. Revista Dimensões, vol. 14, 2002. p. 461 – 478.

 

OLIVEIRA, Pedro Paulo. A construção social da masculinidade. – Belo Horizonte: Editora UFMG, Rio de Janeiro: IUPERJ, 2004.

 

SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. (Org.). TOMAZ, Tadeu da Silva; HALL, Stuart; WOODWARD, Kathryn. 11 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2012.

2 comentários:

  1. Os jornais e revistas são percussores de perfis de masculinidade hegemônica entre os XIX e XX, tendo uma influência consistente no imaginário social das sociedades na qual os periódicos circulava. dentro dessa perspectiva, durante a sua pesquisa como foi identificado a influências desses homens na sociedade maranhense dentro dos impressos ?

    parabéns, aos autores pela pesquisa.
    At. te., Delfina Rafaela Vieira Brito.

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.