Jacqueline Ferreira Dias ede Araújo Oliveira

A HAGIOGRAFIA DE SANTA BÁRBARA EM SALA: REFLETINDO QUESTÕES DE GÊNERO PARA O CONHECIMENTO HISTÓRICO NO AMBIENTE ESCOLAR

 

Jacqueline Ferreira Dias

Marcos de Araújo Oliveira

 

Introdução

 

Ao pensarmos nos constantes debates sobre violência contra mulheres, que permeiam o século XXI, é possível analisar que ao longo de vários contextos históricos foram vivenciados diferentes episódios de violência contra a mulher e formas de transgressão feminina, nos quais os embates sempre foram marcados pelas diferenças de gênero, culturalmente impostas sobre a diferença sexual, no qual naturalizou-se às figuras masculinas, posições de maior poder e autoridade.

 

Entretanto, através de intensas mudanças sociais, a escola torna-se um ambiente propício não só para a construção de conhecimentos, mas também palco de grandes trocas e reflexões acerca de temáticas que envolvem as vivências humanas. Neste aspecto, segundo Schmidt e Garcia (2003) as aulas de história são cada vez mais importantes para a investigação do passado, mas também para a tomada da consciência histórica pelos alunos.

 

Torna-se possível, a adoção de fontes históricas para um ensino de história integrador entre teoria e prática, que expandam o saber histórico. Sendo assim, o estudo de algumas hagiografias (Biografias de vidas de santos) pode ser adotado nas aulas de história, servindo como foco de análises e debates para que alunos aprendam de forma contextualizada sobre importantes aspectos da trajetória humana, numa perspectiva que evidencia também os estudos de gêneros.

 

Entre muitas incertezas acerca de sua existência, estima-se que Bárbara viveu no século III na Nicomédia (região da Ásia Menor). De acordo com Silva (2021, p. 1) “as hagiografias que foram compostas e circularam no medievo apresentando aspectos da vida e martírio de Santa Bárbara contém divergências quanto à data e local de sua morte”, ainda de acordo com a autora (2021, p. 2), “o culto a Bárbara se estabeleceu na Europa Ocidental no século VIII, expandindo-se para diferentes regiões, ganhando maior difusão a partir do século XIV”.

 

Portanto, ao adentrarmos o processo de implantação de um novo ensino médio na educação básica, vemos que a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) amplia a interdisciplinaridade na área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, por meio de um discurso que salienta a importância de um pensamento crítico e leitura de mundo ampla. Neste aspecto este trabalho visa, por meio da hagiografia de Santa Bárbara, estimular questões como gênero, violência e autonomia feminina nas aulas de História, algo enriquecedor não só para esta disciplina, mas em todo contexto de vivência escolar e comunitária que perpassam o aluno.

 

História das mulheres e BNCCa perspectiva de gênero no ensino de História

 

A perspectiva dos estudos sobre mulheres e questões de gênero assume o desafio de ganhar ainda mais espaço face a exclusão de temáticas ou personagens que envolvam a atuação feminina, principalmente em livros didáticos ou demais materiais educacionais. Isso se deve às estruturas do viés tradicional no qual a História evidencia grandes personagens masculinos, com pouco espaço para reflexão de temas diferentes ao âmbito político (majoritariamente, masculino), porém a Historiografia vem ganhando novos enfoques desde o advento do feminismo.

 

Como cita Carla Martins de Oliveira “Argumentamos que as histórias das mulheres são deliberadamente silenciadas na BNCCEM, como forma de operação de poder, que visa manter as mulheres no anonimato histórico, como “sombras tênues” de um passado não revelado” (PERROT, 1989 apud OLIVEIRA, 2018, p. 252), em consequência disto, o apagamento da história das mulheres afeta diretamente a formação escolar. Formação essa que no Brasil vem passando por intensas mudanças desde a formulação da BNCC e a aplicação do Novo Ensino Médio.

 

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é uma normativa que busca definir o conjunto orgânico e progressivo de conhecimentos que devem ser tratados na rede educacional nacional. Desse modo, todas as instituições de ensino são regidas por esta normativa. Portanto, “[...] além da BNCC ser uma prescrição de currículo nacional, ela é uma forma de tornar consensual o que pretende ser o currículo oficial” (CURY; REIS; ZANARDI, 2018 apud GIOVANNETTI; SALES, 2020, p. 255).

 

Entretanto, a BNCC acaba “estipulando os saberes considerados válidos e, por exclusão, aqueles deslegitimados” (GIOVANNETTI; SALES 2020, p.255), assim, a falta de noções como gênero, dificulta ainda mais as abordagens tendo as mulheres como protagonistas, pois tal conceito é primordial para analisar a história das mulheres, já que refuta o determinismo biológico; é por meio do gênero, portanto, que se compreende “[...] através da linguagem, o caráter fundamentalmente social das distinções baseadas no sexo” (SCOTT, apud OLIVEIRA, 2018, p. 34). 

 

Apesar de dificuldades na abordagem dos estudos de gênero na educação básica, o professor pode se valer de estratégias para tratar tal temática na sala de aula, como por meio das notas que são anexadas aos livros didáticos sobre as mulheres, usadas para aprofundamento do assunto. Sendo assim essas “diferentes estratégias” abrem possibilidades de abordar a narrativa feminina, para além do pouco citado na normativa.

 

A própria BNCC apesar de ausências, promove possibilidades de dialogar com a temática feminina ao afirmar que “o que nos interessa no conhecimento histórico é perceber a forma como os indivíduos construíram, com diferentes linguagens, suas narrações sobre o mundo em que viveram, suas instituições e organizações sociais. (BRASIL, 2018, p. 397).

 

Vale ressaltar, que os estudos de gênero englobam tanto os sujeitos masculinos como femininos, e atualmente adota novas concepções de identidade e expressões, acentuadas na atuação do movimento LGBTQIA+; entretanto adotamos a concepção de Joan Scott (1995) que esclarece gênero como uma categoria útil de análise histórica ao evidenciar as construções culturais de papéis impostos aos sexos, evidenciando assim uma dinâmica comportamental muito mais moldada pelo meio social do que pelo viés biológico.

 

Ao analisarmos na BNCC os conteúdos de História relacionados a perspectiva feminina, o único que deixa explicito o foco na história das mulheres é o conteúdo do 6° ano do ensino fundamental com as unidades temáticas: “Trabalho e formas de organização social e cultural”, cujo tema é: “O papel da mulher na Grécia e em Roma, e no período medieval”, tendo como habilidades citadas pelo documento “(EF06HI19) Descrever e analisar os diferentes papéis sociais das mulheres no mundo antigo e nas sociedades medievais” (BRASIL, 2018 p 420).

 

Entretanto, nas aulas de História não podemos nos prender apenas a abordagens sobre as mulheres num viés de submissão, mas também temos outras possibilidades, em conformidade com a proposta da BNCC, de tratar da atuação feminina no meio social e de se fazer associações de conteúdos com tais figuras. Um exemplo se dá ao citarmos Bárbara de Nicomédia, trazendo também a reflexão sobre a santidade da mártir ao adentrarmos o assunto: “O papel da religião cristã, dos mosteiros e da cultura na Idade Média” (BRASIL, 2018, p. 420).

 

Ainda que muitos dados da vida de Bárbara sejam incertos, já que o culto a essa santa se iniciou nos primórdios da Igreja Primitiva (séc. I d.C. até o ano 325). a sua hagiografia em sala de aula se torna muito válida para elucidarmos as temáticas culturais, sociais e políticas que se mantem presentes na atualidade e se conectam ao universo dos nossos estudantes, principalmente os jovens.

 

Bárbara de Nicomédia: a paixão de uma mártir que ecoa por gerações

 

Ao analisarmos a hagiografia de Santa Bárbara, vemos que há diferentes versões de sua história, ainda que muitos dados sejam incertos, alguns aspectos de sua história são difundidos na maioria das narrativas e estudos acerca da vida dessa santa. A exemplos mais comuns, temos: a representação de Bárbara como uma jovem virgem, gentil e muito bonita, que se converte ao cristianismo e ao não renunciar a sua fé, acaba martirizada pagando com a vida o preço da não submissão ao pai e ao Império Romano, cuja religião era politeísta.

 

“A despeito das divergências, há alguns elementos comuns nas legendas sobre a santa: Bárbara era uma jovem muito bonita, que foi colocada em uma torre por seu pai para não ser vista pelos homens. Ela se converteu ao cristianismo e decidiu se manter virgem. Quando o pai resolveu casá-la, e ela se recusou devido ao seu casamento místico com Cristo, ele a denunciou às autoridades romanas como cristã. Após ser torturada, como não apostatou de sua fé, a jovem foi condenada à morte e executada por seu próprio pai” (SILVA, 2021, p. 2)

 

Silva (2021) esclarece que com à expansão do culto à virgem mártir, foram produzidos e transmitidos textos sobre Santa Bárbara. “Notícias sobre seu martírio foram incluídas nos martirológios confeccionados no Ocidente e foram compostas diversas versões da Passio, encômios, relatos sobre descoberta e trasladação de relíquias, narrativas de milagres e até uma genealogia da santa” (SILVA, 2021, p. 2).

 

Vale destacar os escritos de João Gil, lector do convento de Zamora, cujos dados biográficos são muitos escassos, porém entre sua principal obra está As Legende Sanctorum et Festivitatum aliarum de quibus Ecclesia sollempnizat (LS), de acordo com Silva (2021) transmitidas por um único manuscrito, o Add. 41070, da British Library, composto provavelmente em 1289 em Zamora, na Espanha, obra que atualmente está incompleta.

 

Um legendário é, portanto, a reunião de vários relatos sobre paixões de mártires, vidas de santos e celebrações litúrgicas. No Legendário de João Gil, está presente o capítulo legenda beate Barbare virginis et martiris, dividido em dez partes, que apresentam eventos da vida da filha de Dióscoro.

 

Em resumo, João Gil nos apresenta uma versão sobre a vida de Santa Bárbara que é bastante difundida popularmente: Bárbara, é uma bela virgem, submissa ao seu pai, um homem com importante status social e riquezas, o mesmo fica irado com a filha que se recusa a casar, visto que o matrimônio era defendido como forma de honra para a mulher na sociedade da época, então o pai a aprisiona numa torre. Bárbara, na verdade era uma cristã e se negava a cultuar os deuses do Império. Querendo ter somente como “marido” a Cristo, manda construir uma terceira janela na torre ao qual está aprisionada, em referência a Santíssima Trindade.

 

Seu pai, ao descobrir que a filha é uma cristã, enche-se de fúria e bate na jovem, que persiste na sua fé e consegue fugir. Dióscoro a captura e a leva para julgamento pelas autoridades romanas, e mesmo diante do governador Marciano, a jovem se nega a adorar os deuses e retruca qualquer tentativa de persuasão, deslegitimando os deuses e seus adoradores. A virgem é então torturada, tem os seios cortados e é humilhada pelas ruas da cidade, já condenada à morte, é levada pelo pai para o alto de uma montanha, na qual é degolada pelo mesmo; logo após o filicídio, Dióscoro é punido por Deus e fulminado por um raio, caindo morto; já a alma de Bárbara encontra a paz eterna no Paraíso.

 

Logo, a história da virgem mártir passou a incendiar o imaginário popular, e Bárbara foi considerada Santa dentro das comunidades cristãs, já que neste cenário de um cristianismo mais antigo ou primitivo (neste contexto, século III- IV D.C) os mártires representavam grandes modelos de fé e sacrifício, o que culminou com a expansão do seu culto até os dias atuais, ainda que haja muitas controvérsias.

 

“Se antigamente era muito mais rápido o intervalo de tempo entre a morte e a canonização e o consenso popular era preponderante na definição dos santos, com o passar do tempo, o processo de canonização tornou-se muito mais demorado, os santos deixaram de ser pessoas comuns que viveram conforme os ensinamentos de Deus e transformaram-se em super-heróis. Similar à vida de outros mártires, as circunstâncias que resultaram na morte de Bárbara são repletas de elementos lendários”. (SANTOS, 2019, p. 5)

 

Elementos fantásticos e o martírio por meio de uma verdadeira devoção e sacrifícios perpetuaram a crença de Bárbara como uma santa católica.” Em função da sua morte trágica e dos episódios que marcaram o seu martírio, ela é invocada também contra os perigos de raios, trovões, explosões, etc., e tornou-se a padroeira do Corpo de Bombeiros, Mineiros e Artilheiros” (SANTOS, 2021, p. 32), tendo em sua iconografia, elementos como raios, sua torre e a cor vermelha dos mártires.

 


Fig.1:Ilustração de Santa Bárbara.

Fonte: https://arquisp.org.br/liturgia/santo-do-dia/santa-barbara

 

Entretanto, atualmente, as festividades de celebração do culto a Bárbara se encontram fora do calendário litúrgico da Igreja Católica desde os anos 1960, restritas apenas a festividades locais.

 

“Sucessor do Papa João XXIII, que convocou o Concílio Vaticano II, Paulo VI foi o pontífice responsável por excluir do calendário da Igreja Católica Apostólica Romana santos de existência duvidosa. O então papa, visando melhorar as relações com outros segmentos cristãos e seguindo uma política ecumênica, excluiu do calendário litúrgico as celebrações aos santos que não possuíam documentação histórica, somente relatos tradicionais” (SANTOS, 2019, p. 98)

 

Ainda que existam muitos aspectos incertos sobre sua vida, é notável e interessante que a figura de Bárbara tenha se perpetuado por tantos séculos; isto por que sua história revela não só as barbáries da violência contra a mulher, mas também nos aponta um modelo de insubmissão feminina que rompe com hierarquias tidas como hegemônicas, tornando enriquecedor a análise dessa hagiografia em sala de aula.

 

A Hagiografia de Santa Bárbara na sala de aula: refletindo sobre silenciamentos e protagonismos femininos na História

 

O impulso aos estudos de um campo da História das mulheres ganhou força com o movimento feminista na década de 60, buscando evidenciar a importância da classe feminina, seus marcos históricos e principalmente “questionar a prioridade relativa dada a ‘história do homem’, em oposição a ‘história da mulher’, expondo a hierarquia implícita em muitos relatos históricos” (SCOTT, 1995, p. 78).

 

Não que tal apagamento se desse por ações menos importantes, pois “a ausência feminina na narrativa histórica tradicional foi concretizada devido ao enfoque privilegiado de cenários em que as mulheres pouco aparecem: o político” (PERROT 1989 apud SOUSA; CAIXETA, 2019, p. 31).

 

Diante desse movimento político que revolucionou o meio social, as produções históricas tendo como abordagens a trajetória feminina começaram a surgir cada vez mais no meio acadêmico, sendo em sua maioria escrito pelas próprias mulheres e aceitos dentro dos discursos historiográficos, quebrando paradigmas culturais de invisibilidade da mulher como sujeita histórica.

 

Dentro desse panorama, as questões de desigualdade de gênero e a resistência feminina começaram a adentrar a esfera educacional. Sendo assim, o uso da hagiografia de Bárbara de Nicomédia nas aulas de história, muito tem a contribuir para a construção de conhecimentos e novas reflexões. Essa sensibilização de assuntos importantes pode ser problematizada como tópicos de um passado (muito) distante, mas que perpassam a contemporaneidade.

 

Segundo Schmidt e Garcia (2003) o professor de história pode recorrer a novas metodologias para o ensino de História na sala de aula, priorizando a maior participação dos alunos como construtores de um conhecimento que resulte no saber histórico. Paulo Freire, grande patrono da educação brasileira, defende na obra Pedagogia da Autonomia (1996) que o ensinar exige autenticidade; desse modo professores devem estar dispostos a novos diálogos e atuações.

 

A exemplo disso, temos pautas como feminicídio, violência doméstica, silenciamentos e intolerância religiosa que constantemente são debatidas na TV e Internet e não passam despercebidos aos nossos alunos, ainda que não sejam nem de longe problemas atuais, já que em outros contextos tais questões sempre foram graves. Nesse sentido, podem-se desenvolver necessárias reflexões em sala de aula, adotando fontes de estudos que façam os alunos historicizarem fatos para a ampliação do seu entendimento sobre tais tópicos, principalmente ao se trabalhar a mulher como agente histórica.

 

Ao destacarmos a figura de Santa Bárbara em sala de aula, virgem mártir, que sofreu inúmeras torturas ao mesmo tempo em que desafiou a autoridade do próprio pai e governantes romanas, defendendo sua fé e escolhas próprias, não devemos buscar realizar um ensino religioso, mas nos ater às questões que podem incentivar os alunos a entenderem a História das Mulheres como um campo de estudos que nos revela abordagens nem tão distantes a nosso meio social, como por exemplo denunciar a violência, o silenciamento e o apagamento histórico de mulheres.

 

Segundo Bloch (2008, p. 75) “o passado é, por definição, um dado que nada mais modificará. Mas o conhecimento do passado é uma coisa em progresso, que incessantemente se transforma e aperfeiçoa”, ainda de acordo com o historiador:

 

“Em suma, nunca se explica plenamente um fenómeno histórico fora do estudo de seu momento. Isso é verdade para todas as etapas da evolução. Tanto daquela em que vivemos como das outras. O provérbio árabe disse antes de nós: ‘Os homens se parecem mais com sua época do que com seus pais’. Por não ter meditado essa sabedoria oriental, o estudo do passado às vezes caiu em descrédito”. (BLOCH, 2008, p. 60)

 

Logo, o professor de história, pode valer-se de mecanismos que façam os alunos olharem os fatos da hagiografia de Bárbara contextualizando a época em que a jovem viveu, bem como historicizando as questões presentes nesse período; ao mesmo tempo segue-se as normativas curriculares nacionais, ao abordar temáticas que trazem um novo enfoque sobre o uso de fontes históricas, evidenciando a narrativa de agentes silenciadas, a exemplo de Bárbara, e mostrando que entre silenciamentos, há diversos protagonismos femininos na História.

 

Considerações finais

 

Diante do que foi exposto, nota-se que o campo temático da História das Mulheres proporcionou intensas ressignificações na historiografia ao influenciar numa narrativa histórica tendo mulheres como agentes importantes, ampliando assim a perspectiva das participações femininas na esfera social, econômica e cultural.

 

Através das possibilidades de abordagens sobre a história das mulheres presentes na BNCC, professores podem fundamentar os assuntos a serem tratados na sala de aula, buscando metodologias e estratégias para trabalhar de forma consciente o ensino da história das mulheres no currículo educacional.

 

Desse modo, ainda que não se tenha consenso quanto a existência de Bárbara da Nicomédia, a sua relevância não se baseia entre “realidade ou mentira”, mas no próprio relato das desigualdades de gênero presentes na sociedade da época, bem como as formas de silenciamento ao qual Bárbara foi acometida pela transgressão em não negar sua fé cristã. Abrimos assim espaço para estudos como o martírio, violência, história da igreja católica e a busca das mulheres por autonomia, contribuindo para a reflexão e o saber histórico dos alunos em sala.

 

Referências biográficas

 

Jacqueline Ferreira Dias é graduada em História pela Universidade de Pernambuco, com especialização em Ensino de História pela Faculdade Única. Contato: diasjacqueline4@gmail.com

 

Marcos de Araújo Oliveira é graduado em Licenciatura plena em História pela UPE – Universidade de Pernambuco, no campus Petrolina (2016-2019) e Pós Graduado em Ensino de História pela FUNIP- Faculdade Única de Ipatinga (2020-2021).

 

Referências bibliográficas

 

BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.

 

BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular, Brasília. 2018.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

 

GIOVANNETTI, Carolina; SALES, REZENDE; Shirlei. História das Mulheres na BNCC do Ensino Médio: O Silêncio que persiste.  Dourados, MS | v. 14 | n. 27 | p. 251-277 | Jan. / Jun. 2020.

 

JUAN GIL DE ZAMORA. Legende sanctorum et festiuitatum aliarum de quibus ecclesia sollempnizat. Introdução, edição crítica e tradução anotada por José Carlos Martín, em colaboração com Eduardo Otero Pereira. Zamora: Instituto de Estudios Zamoranos, 2014.

 

OLIVEIRA, Carla Martins de. O protagonismo das mulheres na história: proposta metodológica para o ensino fundamental. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2018.

 

SANTOS, V, J,R. Salve Bárbara! Caminhos de uma festa popular na cidade da Bahia.  Tese (Doutorado) - Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Centro de Estudos Afro-Orientais. Salvador, 2021.

 

SANTOS, V, J,R. É santa ou não? O caso dos "santos cassados" e a devoção a Santa Bárbara em Salvador -BA. PLURA - Revista de Estudos de Religião. vol. 10, nº 1, 2019, p. 91-107.

 

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Revista Educação e Realidade, Volume 20, n. 2, Julho/Dezembro. 1995, p. 71-99.

 

SCHMIDT, M.A.; GARCIA, T.M.F.B. O Trabalho Histórico na sala de aula. História & Ensino, Londrina, v. 9, out.  2003. p. 219-238.

 

SILVA, A, C, l F. Uma leitura do capítulo dedicado a Santa Bárbara no legendário abreviado de João Gil Zamora. ANPUH-Brasil. 31° Simpósio Nacional de História. Rio de Janeiro. 2021. 12 p.

 

SOUSA, Priscila Cabral de; CAIXETA, Lucia Vera;. A História das mulheres e o ensino da História: considerações acerca de uma educação para a igualdade de gênero.  HUMANIDADES & TECNOLOGIA EM REVISTA (FINOM). Ano XIII, vol. 17. Jan-Dez 2019.

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